Economia Humanizada
- jsmauro
- 29 de out. de 2017
- 2 min de leitura
No último dia 09 de outubro foi anunciado o ganhador do prêmio Nobel de economia de 2017, o Norte-americano Richard H. Thaler, cujo trabalho se baseia em estudar a influência da psique humana em vários campos da macroeconomia. Mas o que na verdade é isso, quão relevante é para a economia como um todo e, qual sua consequência para os mercados?
Não é de hoje que a economia flerta com a psicologia para tentar entender os “drivers”, ou seja, os condutores para mudanças substanciais e de tendência na economia dos mercados. Autores como Daniel Kahneman e Charles Duhigg já demonstraram em suas obras como a partir da ação de um influenciador poderoso (uma pessoa com destaque num determinado grupo), do dia para noite, o destino de uma marca pode ser facilmente alterado para o bem ou para o mal.

Mas então o que de fato é a economia senão a representação dos desejos materializado em ações, influenciadas pelos medos, expectativas, fraquezas e certezas dos seres humanos que a habitam? A economia por esse aspecto é a própria vida, o próprio ser humano coletivizado, representado em tudo que ele deseja ou afasta de si, afetando aqui mercados a partir do que consegue realizar na forma de consumo.
Com o acesso de mais pessoas “comuns” ao mercado de ações por exemplo, fruto de uma evolução natural na educação dos consumidores e de mecanismos de informação e comunicação, esse “bias” se estende a uma instancia ainda mais elaborada do cenário econômico e o valor direto das empresas de capital aberto no mercado de ações.
Agora não só o modo de vestir das meninas que passeiam pelos jardins, ou o novo modelo de carro de uma marca famosa sendo usada por uma personalidade de influência serão os condutores de uma valorização repentina de uma determinada empresa, mas também sensações puramente humanas (medo, ansiedade, excitação, etc.) de um determinado grupo de investidores, ativadas simplesmente por uma notícia (muitas vezes superficial ou até falsa) postada nas redes sociais, poderá fazer o valor dos ativos de uma empresa crescer ou sofrer. O jogo ficou mais perigoso, mais e mais pessoas sem conhecimento técnico da brincadeira têm “decido pro play” (sic), e o mercado tem precisado criar mecanismos de proteção (Ex: circuit breaker) contra esses efeitos-manada intempestivos e cada vez mais comuns.
A pergunta que fica é: Isso é bom ou é ruim para o mercado? A verdade é que nada no universo humano é exclusivamente bom ou ruim. Na economia, como na psique humana existem acontecimentos, consequências e adaptações resultantes das experiencias vividas. A economia caminha, tal como a humanidade: Às vezes levando o homem à lua, às vezes o levando às guerras. Enfim, fica apenas mais “humanizada”.
Comments